Certo fim de tarde coloquei-me a pensar, sobre a vida , sobre aquele velho quadro no final da escadaria do teatro municipal. Ah, aquela garota e sua janela, o que ela observaria tanto? Talvez ela observasse a lua, ou quem sabe o sol? Talvez ela observasse o mar e pedisse a ele que levasse consigo toda a solidão.
Nós temos a nossa própria janela, cheguei a essa conclusão ao pensar que a janela era um ponto de refúgio em meio a todas as lutas. Vejamos: quem nunca se colocou em silêncio para um momento somente seu, para pensar ou talvez simplesmente fugir de total angústia? Ah, a tal janela é a isolação da alma para colocar-se em um ponto de equilíbrio em meio ao abismo.
Pensando tanto em janelas coloquei-me outra vez a pensar, se eu tenho uma janela devo algo observar. Em meio ao decorrer dos dias qual é a vista, qual é minha paisagem? Vi que tudo o que eu vejo seja um pouco de solidão e saudade. Que baboseira, que choradeira, mas às vezes sinto saudade e isso não é brincadeira. Esconder tudo o que sinto pode até parecer fácil, mas de minha janela esforço-me ao máximo para jogar no mar tudo aquilo que meu peito não pode suportar.
Atividade retirada daqui.
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